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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
terça-feira, 26 de dezembro de 2023
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
terça-feira, 17 de outubro de 2023
A mistura nem sempre é boa, degenera, infertiliza, como híbridos. No homem, o mutu, misturar-se significa compreender-se, conciliar, conviver, tolerar o diferente. A guerra vem disto. O outro não é igual. O outro, apenas um gentio. E vem espoliação e vem discriminação e vem preconceito e vem racismo, a despeito da religião, todas, pregarem o amor. E concluímos, só mais um instrumento de dominação, de adestramento do pobre homem.
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
segunda-feira, 13 de março de 2023
Demãoemão Deus Carmo: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO
quinta-feira, 9 de março de 2023
ABRAÇO
Inda é cedo e eu acordei pensando ser de manhã. Ufa, que susto! ainda bem, aquela cobra não me mordeu. Dormindo, como saber se tratar de áglifa? Só depois, sem veneno, dentes integros, maciços, sem furo. Se morde é o beijo da morte, se não morde, o abraço, também da morte. Pasto de bicho vira o orgulhoso homem. O conquistador do mundo, o senhor guerra, dentro daquele saco apertado, engolido meio vivo, ofegante, entregando-se aos pouco, como fim do mundo. Que você prefere, o veneno ferino? Sou claustrofóbico, o veneno, prefiro. Estrebuchar fora e ser engolido sem sentir. Não sobreviveria nos subterrâneos de Gaza, morreria antes dos gazes atiçados, antes das água ali jogadas. Sou mal soldado, não mereço galardão, nem flores no túmulo. Sofro só em ver alguém arrastando-se em túnel estreito. O colchão caído em mim. O colchão me sufocando. Ofegante, morro, morro, morro. Não viveria nas casas estreitas d’Amesterdão, tampouco viveria nas gavetas do Japão. Tu viverias? Responde, tu v.
quinta-feira, 2 de março de 2023
...do que me lembro, conto, do que não, invento. Adepois, nem sei se inventei, se me lembrei, como o falsário, de tanto imitar, acredita piamente em suas contrafaçóes, um mentiroso em suas mentiras.
...um festival indigena no Parque de Exposições de Salvador, ao qual cheguei por acaso, tanto que de palitó e gravatá, onde a maioria estava semi-nu, numa confusão de linguas, hábitos culturais e vestimentas, deixando-me visivelmente assustado, razão porque, percebendo, eles, sempre perguntavam minha etnia ao que respondia ser bugre paiaiá, sem nenhuma convicção, pois depois que os caraí tricaram nossos maracás por uma, perdemos lingua, costumes e origem, tal como fizeram com os homens, e mulheres, claro, trazidos à força para ajudar conquistar nossa e é por isso que hoje, como se via ali, muitos traziam a pele escura e o cabelo crespo.
...entrei numa sala e procurei de sentar, mas, logo em seguida chegou uma turma de mulheres e homens falando uma lingua totalmente desconhecida, apontando para os bancos que me fez compreender ser ali o lugar deles, me fazendo sair envergonhado, pedindo desculpas no meu pobre português que parecia ser lingua menos falada naquela convenção.
...uma senhora india ligeiramente grisalha e e com dentes não muito bem cuidados me ofereceu umas iguarias e eu lhe disse que não queria porque não tinha trocado. Disse, você passa um pix, parente, e como eu lhe dissesse não ter pix, ela se fez cara de poucos amigos, dizendo nunca vi um branco não ter pix, principalmente de palitó e gravata como eu e assim todos que estavam ali por perto começaram a me dizer impropérios. O caraíba não quer ajudar o indígena, esquecendo que isto aqui é nosso qu’eles, os caraíbas tomaram. Disse: caraíba? Eu não, paiaiá, mas sem poder provar, e tive medo, correndo dali até um mato escuro, donde não o sol.