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quarta-feira, 18 de julho de 2018







                       
                               

                                 Cabundá não sou. Bundá, ierê, talvez, trazendo o limbambo como troféu, orgulhoso de meu nhô. Sou vibunde sim e por isto canto alegre meu vissungo. Malungo sou de meu nhonhô. Escravo com muito orgulho. Nasci nas Minas Gerais. Nas Minas não volto mais. O martelo nunca mais. Agora é caneta, de ouro que não sou nenhum besta de usar esferográfica. Lespa! A elite está de joelho a meus pés. Vim e venci. Quem ficou na cachacinha, batendo martelo, lá está até hoje. Muitos dos meus já até morreram ou de cachaça, da polícia. Eu não tenho culpa.

terça-feira, 3 de julho de 2018













                                   
                                                  Vai, cão danado, neste caminho, que tu terás a recompensa, atroz será, espera apenas, descubram tua perfídia. Esqueceste o pesado malho, logo tenhas pegado uma caneta. Os teus não te esquecerão. Vai, quero ver chegares. Não irás a lugar nenhum. Não te enganes. Não penses que o senhor que ver seu antigo escravo, ombro a ombro nas quermesses. Não penses que ele te fez homem, para seres homem, querem-te apenas um escravo especial, com mais habilidade que os outros, para fazeres o trabalho sujo que eles não querem fazer. 

segunda-feira, 2 de julho de 2018














                                                           E tendo eu pegado dum quicé, acharam, eu, um moleque, iria fincar ela em carne alheia. Eu sou de paz, malungo sou de todos. Não me queiram mal. Pra cortar o fumo, um cigarrim pra pitar. Gosto de pitar. Descansar o martelo, cansado de malear. Não me acuse de mucua-quituxe, só porque não sou soba, mas simples monangamba. Chega de criminalizar a pobreza, paciência tem limites.