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sábado, 22 de setembro de 2018













                               Estou desconfiado de quem me rodeia. Não sinto amizade, parecem movidos a interesse. É uma ajudinha aqui, outra acolá e no fim do mês o baque é muito grande. Tenho de livrar destas pessoas. Como fazer? De vez em quando preciso de alguém e aí a facada é grande, não que me deixe completamente exangue, mas o tombo, meu. E você pensa que os caras se envergonham, nem um pouco. Eu me sinto explorado. Um dia, me pareceu que alguém me chamou negro boçal, mas como não tive certeza, fiz de conta que não ouvi. Só estou esperando a hora dele se manifestar novamente, aí eu serei cruel, implacável.

terça-feira, 4 de setembro de 2018













                                                Eu vim lá de Rio Bonito, Paracatu sabe? Nunca mais voltei lá, tenho medo de receber uma martelada. Afinal quem alisa os bancos da elite não pode ficar dando bandeira, voltando ao lugar de origem. Vão logo te ligar a um traficante, é por isto que os jogadores de futebol, todos saídos das favelas, não mais lá retornam. A elite não deixa. Pega mal. Aí você vira politico de direita e até nazista, principalmente se não tiver uma boa educação. Eu me salvei, pela profissão escolhida. Posso enganar mais facilmente o povão e satisfazer a elite, embora saiba que ela nunca irá me aceitar integralmente. Haverá sempre um pedaço do lado de fora que fará com que eu não entre por inteiro. Tenho certeza que numa reunião de notáveis, se um deles der um peido, todos pensarão que fui eu que peidei, mesmo sabendo que todo peido cheira a seu dono.  Eu por exemplo, conheço o cheiro de peido de todos meus amigos. Deu um, nunca mais esqueço. Ele pode voltar a peidar 20, 30 anos depois, logo digo, este é de fulano.